3.9.21

Deamblogações vespertinas

 E assim, e como de costume, vem tudo ao mesmo tempo, Setembro é sempre igual a si mesmo, não desilude nem espanta. São inscrições, reinscrições, planificações, programações, organizações e a despedida de um tempo feliz. Ou por outra, não sei se é mesmo um tempo feliz, mas um tempo a que se convencionou chamar feliz. O Verão é, de facto, um tempo mais ligeiro do que o resto do ano, marcado por uma certa atenuação - que nem sempre é concreta - das obrigações, dos horários, das rotinas. Mas há igualmente encanto nas restantes estações do ano, embora sejam, com excepção da Primavera, alturas de maior recolhimento e menor expansividade.

Com tudo o resto, chega também a nostalgia de mais um período relaxado, de uma preguiça adiada por tantos meses, agora ela também adiada por quase um ano. Para quem tem filhos adolescentes, essa nostalgia é agravada pelas despedidas que se lhes vê fazerem uns aos outros, voltando às suas vidas interrompidas por um fugaz período de tempo. Vem aí mais um ano de trabalho, de responsabilidades, de afazeres, de pouca complacência com a vontade de inércia.

É, pois, o momento certo para questionar se queremos mais onze meses de chibatadas nas costas ou se nos vamos conceder um pouco de calma e oxigénio. Agora é o momento para isto, não o dia 1 de Janeiro, tão cheio de vacuidade e de promessas vãs e sem sentido. Façamos por isso com coragem e determinação.