7.8.19

Escritos

Há como que um destino traçado, embora sem data nem hora certa: caminhamos para o abismo. Abismo político (populismos, Brexit, manipulação de votos, etc.) e abismo ecológico (alterações climáticas, dúvidas sobre o que fazer, etc.).
Todos os dias aparecem bons artigos, alguns científicos e outros de opinião, sobre medidas a tomar para combater o que parece inelutável.
Quando a confusão é demasiada, tal como sucede quando não sabemos o que escolher dentre várias possibilidades, devemos perceber o que não queremos. Saber o que não queremos é, de facto, o primeiro passo para a escolha acertada. Eu não sei que comportamento adoptar quanto ao ambiente, mas sei que não quero ignorar este problema. Sei que não devo fazê-lo, mesmo que isso não mude absolutamente nada em termos climáticos, e isso tem consequências: tentar perceber cada dia mais, tentar identificar o que é correcto e incorrecto, adoptar atitudes mais amigas do ambiente e responsáveis para com o planeta.
Já quanto ao cenário político, a coisa é (também) especialmente complexa. As ideologias estão de gatas e pouco há para debater . O assunto tornou-se de certa forma mais rasteiro: em vez de debatermos se queremos a opção A ou a B, temos é de combater quem quer contaminar tudo e todos com fake news e pseudo-notícias que mais não são do que propaganda voluntária e milimetricamente dirigida. Existe um ataque global que importa denunciar e ao qual temos de estar atentos para podermos combater com as armas que temos. Quais são elas? Adoptar, antes de mais, comportamentos defensivos como sair das redes sociais mais expostas (FB, Instagram) e limitar a entrega de dados pessoais (cartões bancários, GPS, moradas, etc.). Por outro lado, estarmos informados, ler, pensar, escrutinar, questionar, estranhar e divulgar na medida do possível o que nos parece mal, tanto como as boas alternativas.
Eu sei muito bem que isto parece conversa da treta e com alguma maluquice à mistura. Aliás, visualizo enquanto escrevo a personagem Travis Bickle do Taxi Driver... Mas infelizmente não é maluquice alguma. É chegado o momento de lutar.
Precisamos é, primeiro, de ganhar consciência disso e, segundo, de saber como fazê-lo.