29.11.16

Deamblogações nocturnas

Não tenho respeito pelos mortos. Ou melhor, o respeito, ou a falta dele, que tenho pelos mortos é igual ao que tenho em vida. Não sigo a tese de que o respeito pela memória prevalece sobre os actos em vida. Não vale a pena exemplificar mas sempre fui assim e lembro-me de, mais novo, não ficar especialmente incomodado com o facto de desaparecerem figuras de quem não gostava. Não regozijo com o facto em si, mas não lamento a morte de quem não gosto.
Fidel Castro foi um ditador, um assassino, um plutocrata, alguém que votou à miséria milhões de pessoas ao longo dos anos. Não me peçam para lhe chorar a morte. Que pene o que fez penar, multiplicado pelo número de pessoas que sofreram por causa dele as suas decisões.

Hoje o meu Pai dizia-me, e bem, que o Marcelo é que aguenta o Costa, o Costa é que aguenta o Centeno, o Centeno é que aguenta o Mourinho Félix e que o povo, só por estar embevecido com o Marcelo, é que acha que o caso CGD é mais culpa do seu futuro ex-presidente do que do Governo (vide sondagens recentes). De facto, num país civilizado, haveria pelos menos 2 demissões, mas nós não vivemos num país civilizado. Vivemos num regime alimentado a glucose (i.e dinheiro que não temos e que nos veremos obrigados a pagar em dobro) onde anda tudo enebriado de mais para perceber quem faz realmente o quê. Marcelo é actualmente a mão que maneja as marionetas.

A vitória de Fillon acabou por ser boa, não por ser melhor do que Juppé, porque claramente que não é, mas porque pode secar de certa forma a Le Pen, já que parte do eleitorado é o mesmo. Boas más notícias, apesar de tudo.

No Domingo ficaremos a saber se o Euro acaba ou não, consoante o resultado do referendo italiano. Quando se chega a uma situação destas, é caso para não só pôr os coletes amarelos, como começar a soprar porque alguma coisa vai, algum dia, correr muito mal.