2.2.15

Deamblogações vespertinas

Num mundo que não teria de ser ideal, mas tão só enformado por algum bom senso e bem-querença colectivos, crianças de 6, 7 e 8 anos não seriam recrutadas para andarem aos tiros ao infiel.
Nesse mesmo mundo, também não se fariam testes psicológicos a crianças de 8 anos para averiguar se as mesmas podem ou não, num futuro mais ou menos breve, vir a ser terroristas.
Também nesse mundo, não se usariam escudos humanos, nem seres humanos sem qualquer relação com movimentos ou causas terroristas, como forma de acção para transmitir a mensagem de terror que se pretende.
Nesse mundo longínquo e sem lugar, tudo o que se disse sobre crianças, e também todo o muito que não se disse, é replicável para quaisquer pessoas que apenas tentam viver a sua vida.
Esse mundo não existe.
Pelo contrário, este mundo existe, infelizmente, e é aquele em que vivemos. Em que, vezes de mais, grassa a desgraça do próprio ser humano, nas mais incríveis formas de maldade.