22.7.14

Deamblogações matinais

Foi ali naquele mesmo banco, naquele mesmo jardim que o vi pela primeira vez há já uns anos, não muitos, de manhã cedo ainda deitado, levantado pouco depois ainda manhã cedo, para deambular por ali em mais um dia igual a tantos outros, sempre iguais entre si.
Ontem ao final da tarde, no seu banco, que é cama e quarto por algumas horas nas noites de Verão, fumava um cigarro pensativo, quiçá pensando em que pensar, enquanto olhava no vazio como se mais nada se passasse para além do tempo que passa e não pára.
Fiquei ali a olhá-lo eu também, com vergonha, porque se trata afinal de um ser humano e não de um qualquer objecto para ser contemplado com a curiosidade típica de quem se julga diferente.
Não. Diferente não sou, não somos. Somos todos exactamente iguais. Só as vestes enganam.