24.8.13

Deamblogações vespertinas

A impermanência é tramada. Está tudo bem e, de repente, está tudo mal, ou, pelo menos, parece tudo mal. Sim é isso. Parece tudo mal porque na verdade não está nada tudo mal. Está é tudo diferente daquilo que nós pensávamos que ia acontecer e temos - mesmo - dificuldade em adaptar-nos às novas circunstâncias e é por isso que parece tudo mal, mesmo quando objectivamente não está tudo mal e está tudo bem na mesma, só que diferente do que imagináramos.
Passamos uma vida inteira feita de momentos a pensar que podemos controlar os acontecimentos, mas isso não é verdade, pelo contrário, é bem mentira, mentira redonda, daquelas que se vêem a léguas e não enganam, tal como o algodão. Agarramo-nos com unhas e dentes ao que conhecemos e ao que presumimos que podemos conhecer porque, na nossa inocência, irá de certeza acontecer num futuro mais ou menos próximo.
Balelas. Mentira. Engano. Logro.
Vamos mas é viver o que a vida nos oferece, bom ou mau, macio ou rugoso, leve ou pesado. Não significa que nos conformamos, mas sim que aceitamos os limites da vida tal como ela é.
Percebo que choque e nem sequer é meu timbre revelar aspectos da minha vida privada, mas quando em plenas férias um filho, ao lutar contra as ondas e sem saber como, rompe (literalmente) o prepúcio, tendo que levar três pontos no dito numa urgência do Barlavento algarvio e lixa literalmente o resto das férias ao pai e aos irmãos (e a mais quem seja), isso não é senão uma manifestação evidente da impermanência da vida e uma demonstração de que não controlamos um pêlo.
Já antevia os próximos dias de uma maneira fabulosa, com grandes dias de praia, pôres-do-sol atrás de pôres-do-sol, acompanhados daquele cansaço de felicidade e bem-estar que caracteriza quem está bem como está e com o que fez.
Népia disso...
Oiço Dead Combo e eles estão ali.... a brincar. Como se o dia de hoje fosse exactamente igual ao de ontem e ao de anteontem. Com uma inocência e inteligência próprias de quem não tem a veleidade de achar que controla a vida.
Aprendamos com quem sabe mas é.