
A entrevista de Manuela Ferreira Leite a Judite de Sousa mostrou um político à antiga, sem preocupações em passar a imagem de facilidades e facilitismos, sem rugas e com soundbytes para agradar a gregos e a troianos. Desse ponto de vista, Ferreira Leite cumpriu o que se esperava dela. No entanto, faltou uma aspecto essencial no seu discurso: a referência à classe média. Não só é a que está a ser mais afectada com a crise em que o país está cada vez mais mergulhado, como é (era?) tradicionalmente o eleitorado do PSD. É definitivamente para ela que F. Leite tem que se virar. Tudo - política fiscal, de saúde, de educação, de justiça, etc. - deve ser orientado tendo como azimute a classe média. Não apenas é ela que dá maiorias, como é a que mais está descontente com a actual situação e, direi eu, mais ficará com o que aí vem.
Fiquei desiludido com a ausência dessa referência.