7.5.08

Deamblogações matinais

É bom e sabe bem ouvir uma voz sensata no meio da histeria (mais uma) vivida recentemente com as comemorações do primeiro aniversário do desaparecimento da criança MacCann. Sei que é estupidez dar à efeméride este nome, mas é o que é e como a comunicação social a trata.
Repórteres na Praia da Luz, em Inglaterra, entrevistas a transeuntes, aos pais, ao padre, etc., etc., como se tudo não estivesse mais do que esgotado, como se durante 6 meses se tivesse falado de outras coisas e fosse preciso cavar mais fundo e rapar o tacho com notícias que são, afinal, não-notícias e não passam de mau jornalismo.
A voz sensata a que me refiro é a de Bagão Félix que hoje, no seu comentário na Antena 1, falou da estupefacção que sentiu por estes dias ao ter assistido a esta triste miséria que foi o tratamento jornalístico do caso. Eu diria que não foi só nestes dias, foi sempre, desde que o facto aconteceu que a histeria rondou por perto, tratando-nos como se fôssemos todos descerebrados, neste mundo em que cada vez mais a pathos se impõe à razão e ao discernimento.
Haja quem publicamente critique o fenómeno. Haja quem, sem preconceitos, se oponha a este tipo de jornalismo, mau jornalismo, que de notícias não traz nada e apenas lhe interessa explorar sentimentos mesquinhos em vez de fazer aquilo para que foi criado: informar.
É bom e faz bem ouvir o contrário.