18.2.08

Deamblogações matinais

Há dias, durante um fim de semana, fui à Byblos, nas Amoreiras.
Lembro-me de ter ido lá no dia seguinte à inauguração, há poucos meses atrás, e ter dificuldade em andar. Estávamos, então, em plena época natalícia. Ainda assim, achei que muitas das pessoas que lá se encontravam andavam mais a ver o que é que aquilo tinha de novo, do que propriamente interessadas em comprar livros.
Acho que não me enganei. Quando lá voltei, um Sábado à tarde, sem especial bom tempo, encontrei um espaço gigantesco (3300 m2) praticamente vazio. As caixas estavam igualmente vazias (demorei menos de 1mn entre ter ido à caixa e ter saído com livros). O que vi, se é verdade que me fez impressão muito por causa da sensação de um espaço provavelmente sobredimensionado, não me surpreendeu. Na verdade, Portugal não tem uma cultura livreira como outros países. Mais: Portugal não tem uma cultura comercial (com óbvia excepção dos centros comerciais e outros espaços multi-qualquer-coisa (por exemplo, a Fnac). Adoraria ver a Byblos cheia de pessoas, a comprar, a ver, a ler, como penso que é (seria?...) intenção dos seus proprietários. Pelo contrário, vê-se uma livraria com dificuldades em arrancar.
Mas, diga-se em abono da verdade, também é preciso profissionalismo do lado de quem oferece. Passados alguns meses, os processos deviam estar já suficientemente afinados e os empregados não responderem constantemente que "não sabem", ou que "ainda não há", ou que "está esgotado". É que se há elemento de diferenciação na Byblos, ele reside precisamente no facto de dispor de um imenso catálogo vivo, que dificultaria de sobremaneira os consumidores não encontrarem e levarem logo o que procuram. Comigo já sucedeu o contrário e não foi apenas uma vez.
Por fim, a formação é essencial. A uma livraria destas exigem-se pessoas devidamente formadas e informadas. Não é a mesma coisa trabalhar numa livraria ou numa boutique. Espero que acabe por ser um projecto vencedor, mas confesso algumas dúvidas.