15.2.08

Deamblogações matinais


Ainda a propósito do estado do país e do que se vai ouvindo por aí, há dias, em entrevista a Carvalho da Silva na SIC-N, este falava no perigo que se vive actualmente em Portugal.
Não o dizia com um ar de desastre e ameaçador, do tipo "o patronato está a empurrar os trabalhadores contra a parede e estes qualquer dia revoltam-se", embora talvez não recusasse que gostava que assim fosse. Antes o afirmava com serenidade e sobretudo com lucidez. Explicou como, do seu ponto de vista, o país de brandos costumes pode enganar os mais distraídos, porque a dado passo já não há brandos costumes que nos valha.
Independentemente de se estar ou não de acordo, julgo que faz falta quem fale em nome e por todos os que não têm voz. Mais: acho que faz falta quem agite as águas, de tão estagnadas e podres que estão. Aí Carvalho da Silva joga um papel fundamental e muita falta fará ao movimento sindical.
Por outro lado, interessante é também perceber a dialéctica existente entre ele e o PCP: creio que existem muito poucos pontos em comum entre ambos actualmente. Carvalho da Silva corre em pista própria e não aguenta o espartilho que é próprio do PCP e que este pretende impor a todos os nele se encontram. Penso que isso deverá ter estado na origem de alguns problemas que se sentem actualmente na CGTP e que condicionará uma (por enquanto) hipotética candidatura daquele à presidência da república.