11.9.07

O hábito faz o monge

Não consigo perceber as explicações dadas nos últimos dias por quem defende (à outrance) o futebol, no sentido de ser compreensível que os jogadores da selecção nacional, por estarem muito habituados a representar o seu país, não vibrarem muito na altura do Hino. Pelo contrário, de acordo com esta opinião, compreende-se que, assim não sendo com a selecção de rugby, a mesma se emocione mais.
Discordo em absoluto. Acho o que sempre achei da selecção portuguesa de futebol: com excepção de uma época bem vincada (apuramento para e euro 2004), e alguns laivos no último mundial nunca demonstrou ter alma e garra suficientes. Parece que os jogadores portugueses sofrem de um mal endémico. Sempre que começam a ir muitas vezes à selecção perdem o espírito de humildade e união que permite fazer a diferença e manter níveis elevados de competitividade.
Exactamente a humildade e alma demonstradas pela nossa selecção de rugby, o que lhes valeu merecidos elogios na imprensa estrangeira.
Essas são as principais diferenças. Quem é que não percebe que, independentemente do resultado, vale a pena sofrer por quem deixa a pele em campo e não vale a pena sofrer por quem se limita a cumprir? Sinto-me muito mais orgulhoso por ver a atitude de Portugal no mundial de rugby - mesmo que levemos 250 da Nova Zelândia, que percamos por muitos contra a Itália e que não consigamos ganhar à Roménia (um dos grandes objectivos da campanha) - do que por festejar (o que, de resto, não faria em circunstância alguma) o apuramento para o Europeu de futebol (mesmo que ganhássemos e por muitos às equipas contra as quais ainda temos de jogar).
É uma questão de atitude e isso não se aprende. Educa-se.