Não sei se chega a ser patética a apresentação formal da candidatura de Carmona Rodrigues à CML.
Acompanhado por "personalidades da vida pública" (entre os quais, o sempre indefectível Rui de Carvalho, que será dos poucos actores de direita que se conhece neste país), o candidato chegou às lágrimas ao anunciar Fontão de Carvalho como integrante da sua lista. Fiquei sem saber se o motivo da comoção eram os acontecimentos recentes e o sentimento de injustiça (!) que Carmona tem relativamente a eles, ou o próprio facto em si e deparar-se com mais um problema na sua candidatura...
Adiante.
O momento foi, no entanto, o hino da campanha apresentado pelo cantor Toy, cuja letra foi alegadamente escrita pelo próprio Carmona. De facto, ele cantarolava alegremente enquanto o artista mandava uns berros mais ou menos estridentes.
Não é, no entanto, isto que fica para mais tarde recordar. O que fica é que Carmona, num tour de force, quis apresentar os nomes mais polémicos da equipa com a qual trabalhou enquanto PC e que tanto brado deu pelos motivos conhecidos. De facto, está lá, para além de Fontão de Carvalho, Gabriela Seara. A ver vamos se os resultados lhe dão razão.
Por enquanto, a estratégia do candidato parece-me suicidária e reveladora de uma certa falta de carácter. Veja-se a entrevista ao Expresso: há lá afirmações que bradam aos céus e que num país minimante decente levariam a, pelo menos, um tumulto.
Eu, que votei nele, sinto-me indignado. Nele não votarei com certeza e espero serena mas esperançadamente por uma retumbante derrota (uma vez que derrotados irão ser todos, incluindo António Costa, dada a pulverização de votos que vai haver).
Entre outros factores, o calor de Julho o dirá.