3.8.17

Deamblogações matinais



SATA podia muito bem ser o acrónimo de Se calhar hAvia outro Transporte Aéreo melhor. Podia mas não é. Em vez disso significa Serviço Açoreano de Transportes Aéreos.
Quem já viajou na SATA, sabe que é preciso ter um feitio muito especial. De facto, são raros (se é que existem) os casos em que não há atrasos, adiamentos, overbookings, faltas de pessoal, mau tempo ou os crónicos (e inexplicáveis) motivos operacionais. Tudo serve para prestar um mau serviço ao cliente. Chega-se ao ponto absolutamente anedótico de ver que o check-in online é mais lento do que o check-in normal feito à maneira clássica no aeroporto. Absolutamente patético.
Graças ao Criador - mas muito infelizmente - recorro apenas uma vez por ano aos préstimos desta transportadora e sempre com percalços de última hora: só nas últimas quatro vezes experimentei um atraso de 8h (após check-in), um overbooking em que acabei por conseguir lugar à custa de uns "voluntários" que - descobri eu entretanto - ganham a vida a ceder lugares de aviões -, um atraso de 3h (após check-in) e uma saga de 48h (sim, 48h) que foi o tempo que demorei para ir de Lisboa a São Jorge, depois de ter estado 22h (das 06h às 04h do dia seguinte) no aeroporto de Lisboa com sucessivos atrasos por motivos operacionais, de ter chegado a embarcar no avião para, passado 1h, o comandante ter informado que não havia condições técnicas para levantar voo e termos sido obrigados a sair e a recolher as malas (!!!) para ir para casa ou para um hotel qualquer. Consegui voo passados 2 dias e sem nunca ter obtido qualquer explicação da companhia (como sempre neste nosso país, foi um dos passageiros que era primo da cunhada do vizinho de um amigo do responsável da manutenção da SATA que nos informou que o problema era com um trem de aterragem; se era ou não, nunca saberei).
A operação desta companhia é para lá de caótica. Não há informação, não há formação, não se entendem, não sabem o que transmitir e não sabem o que se passa. Por outro lado, falta pessoal de cabine, o que motiva muitos dos atrasos que, diariamente, se verificam por esses aeroportos. Uma absoluta vergonha.
Depois de, à ida, quase ter ficado em terra, o que me faria perder um voo de ligação, e de, à vinda, ter sido obrigado a comprar dois novos bilhetes para chegar a horas decentes a Lisboa (mesmo assim com um atrasozinho de 3h, pois então), dado que o voo inicialmente por mim reservado atrasou das 16h para as 00h, com chegada a Lisboa às 03h00 em véspera de dia de trabalho, decidi nunca mais voar na SATA do Continente para as ilhas e vice-versa (entre ilhas não tenho qualquer motivo de queixa e mesmo que tivesse estava bem tramado porque não há concorrência). Mesmo que os voos sejam mais caros, optarei por eles. Nunca mais darei uma abébia.
Há dias, num voo qualquer destes últimos que fiz, alguém dizia uma coisa que é capaz de ser verdade: a mudança comercial do nome SATA para Azores Airlines deve ser uma tentativa (embora vã) para fazer esquecer as milhares de experiências traumáticas vividas com a primeira. Como se a mera mudança de nome as apagasse da memória. Pois não apaga e só as aviva.
SATA: Sem Apelo Terminei Aqui.