Quatro coisas muito rápidas que sucederam ontem (todas no mesmo dia!):
1. A BlackBerry (já não RIM) lançou o Q10 e o Z10 com o novo OS para, essencialmente, concorrer directamente com a Apple e a Samsung. Vi a apresentação em streaming e não consegui ficar demasiado entusiasmado. Explico: uso BB há anos sem fim e prefiro a qualquer outro smartphone, iPhone incluído, porque considero que é o único que verdadeiramente é um instrumento de trabalho (os outros são gadgets que também são utilizáveis para trabalhar, o que é muito diferente). Irei migrar para o BB10, tão certinho quanto estar a escrever estas linhas. Porém, gostaria muito que a BlackBerry tivesse esmagado os analistas com a apresentação de ontem e que voltasse a ganhar valentemente quota de mercado. Ora, sendo este mesmo mercado de uma competitividade atroz e não tendo a empresa inovado assim tanto (depois de anos e anos de completa paragem em termos de R&D), temo que o declínio continue, ainda que algo atenuado. Adivinho o seguinte: os defensores e utilizadores da marca vão continuar nela (onde me incluo), aqueles que eram até há pouco tempo e que a utilizaram durante muito tempo poderão voltar (embora pouco provável), os que se renderam ao iOS ou Android há muito já não voltarão e - esta é que é a "one million dollar question" - ninguém consegue projectar qual o comportamento dos mais jovens que estão agora a comprar telemóveis. Sendo o iPhone o trend actual, acho que a BB não terá capacidade para contrariar esse movimento.
2. O príncipe Carlos e a mulher Camilla Parker-Bowles andaram ontem de metro, nas comemorações dos 150 anos do metro londrino. Foi uma estação, apenas e, sublinhe-se, sem povo à volta. Apenas a habitual comitiva. Eu via estas imagens na BBC e pensava, primeiro, como deve ser agoniante não poder andar na rua como qualquer cidadão normal, poder andar de metro como toda a gente; segundo, como soa absolutamente disparatado o príncipe e a sua mulher andarem num único percurso, para mais sem utilizadores comuns à volta, como isso é, a meu ver, prejudicial para a imagem da coroa; em terceiro, o que se pretende com isto? Que ganhos com este tipo de acções?
Enfim, patético.
3. António Costa (e, de forma geral, todo o PS) tem tido um comportamento também ele pouco mais do que patético. Primeiro faz um grande frenesi, do tipo "agarrem-se senão vou-me a eles", ameaçando o (pobre) secretário-geral do partido de lhe vai disputar o lugar. Pouco depois e, segundo se sabe, após algumas trocas feias de palavras na comissão política nacional do partido, aparece com o rabo entre as pernas dizendo que tudo ficou esclarecido e que assim é possível continuar a "trabalhar no mesmo sentido" (sic). Ontem lá se reuniu com Seguro para tratar da agenda de trabalho e hoje, no Público, vem em manchete que ambos (Seguro e Costa) "assinam tréguas para os próximos dias".
Como dizia a minha avó, nem sei que lhe diga.
4. Passos Coelho fez umas afirmações também elas (hélas!) patéticas. Para além de produzir uns sons - já habituais nos últimos anos - sobre a retoma em 2013 e 2014 (agora é que é! preparem-se todos!), falou sobre uma mini-remodelação governamental, aparentemente motivada pela saída do SE Paulo Júlio e da "necessidade que alguns senhores ministros sentiram de fazer pequenos ajustes nas suas equipas" (cito de cor). Falou como se aquilo lhe tivesse passado ao lado, como se ele não soubesse bem do que se tratava, dando assim a ideia de que os seus ministros (relembremos que ele é primeiro-ministro, mas isso parece não interessar muito e valer ainda menos...) decidem sozinhos e conforme lhes aprouver. Passos tem o estranho poder de autofagia a um nível muito pouco habitual, mesmo em seres masoquistas e que gostam de se destruir a si próprios.
Já dizia a minha avó...