28.5.08

Deamblogações matinais

Há dias, tive o azar de me enganar numa transferência bancária. Por lapso, mero lapso, errei ao escrever um dos infindáveis vinte e um números de identificação das contas bancárias para efeitos de transferências interbancárias, vulgo nib's. Coisa rara com certeza, que não deve acontecer a muita gente, se é que, algum dia, aconteceu a alguém... Dei por isto depois. Explico. Quando contactei o banco de onde tinha tirado o dinheiro disse-me a simpática senhora que eu teria que contactar o banco para onde, erradamente, havia feito a transferência. Agradeci e assim fiz. Quando contactei o banco para onde erradamente havia feito a transferência, disse-me o simpático senhor que tinha que contactar o banco de onde tinha saído o dinheiro, porque isso "era com eles". Agradeci mais uma vez e assim fiz. Quando voltei a contactar o banco do débito queriam novamente encaminhar-me para outro lado, em bom português, sacudir a água do capote, mas aí expliquei o que tinha sucedido e lá fizeram o enorme favor de me atender e dar alguma importância (julguei eu) ao meu caso. Mera presunção. Registaram o pedido (como tanto gostam de dizer nestas instituições que na verdade se estão nas tintas, pura e simplesmente nas tintas, para os problemas dos clientes que saiam ligeiramente fora das situações corriqueiras) e mais nada fizeram. Além, claro está, de me cobrar uma comissão de 15 euros para tratar do assunto. Isto foi há cerca de 10 dias. Continuo à espera, pacientemente, pensando se não me teria dado mais gozo assistir à queima de 375 euros numa qualquer noite fria de Maio (já que isto do tempo anda ao contrário) do que me ter miseravelmente enganado a carregar numa tecla do computador, o que produziu um erro lamentável que, com toda a certeza, só eu cometi em vários anos de sistema bancário electrónico, atendendo à forma estranha e quase arrogante como encararam a exposição deste assunto.
Esclarecimento: sendo minimamente organizado, registei o nib para o qual erradamente fiz a transferência, informação que naturalmente facultei às duas entidades bancárias com que contactei. Mais: disse a hora, minuto e descritivo da operação. É indiferente. Continuo sem eco.
Felizardo de quem recebeu um bónus de 375 euros. Também, verdade seja dita, que não vai longe com tanta massa, mas sempre são 375 que caem do céu, neste caso de um banco. Isto em Direito, chama-se locupletamento indevido, mas para explicar isso às instituições financeiras em causa, deveria com certeza ter que marcar uma reunião com a administração. Porque, a bem dizer, é um palavrão que sai demasiado fora do que é habitual. Tal e qual como o erro, miserável erro, na digitação de um algarismo.
Para finalizar, talvez seja engraçado saber que são dois bancos que têm uma relação privilegiada entre si: o BES e o Banco BEST. Isso talvez pudesse facilitar a resolução de um problema deste tipo. Mas mais: aquele último, aliás, diz-se um banco electrónico, o que – pensará qualquer pessoa – significa que tem e utiliza mecanismos de detecção mais rápidos e eficazes… Não, nada disso. É igual aos outros.