No outro dia, num programa de televisão, ouvia com grande interesse a Xana, dos Rádio Macau, falar sobre o conceito filosófico do “Verfallen”, pensado primeiro por Heidegger e posteriormente desenvolvido por outros filósofos alemães (alguns contemporâneos), que, em termos absolutamente telegráficos e sem qualquer sapiência por detrás, significa “a queda”, “o falhanço” do indivíduo e das suas aspirações perante a força da sociedade e das suas instituições e convenções.
Vem isto a propósito de sempre me ter fascinado o pensamento de que, para além do que nós vemos todos os dias, nesta vida diária preenchida por deveres, afazeres e outros tais, existem pensamentos, ambições, sonhos e, sobretudo, desejos que se abatem perante a força incomensurável da torrente.
Mas quando existe um motivo, nomeadamente envolvendo uma multidão, para esses pensamentos e desejos virem ao de cima, é extraordinário ver a sua força e genuinidade, precisamente aqueles que se esbatem no dia-a-dia.