21.9.07

As desventuras da diplomacia portuguesa

O primeiro ministro britânico teve a coragem de dizer que não comparecerá na cimeira Europa-África patrocinada por Portugal na qualidade de país presidente da UE, se se confirmar a presença de Robert Mugabe.
Entretanto, foram publicadas num jornal inglês as razões que o levaram a tomar esta atitude, delas se destacando duas notas que me parecem importantes:
1. O desejo expresso de sucesso pela cimeira e a aparente vontade em estar presente (e, consequentemente, em que Mugabe não venha);
2. A explicitação dos motivos para a sua recusa em participar, relacionados com o facto de Mugabe ser um desrespeitador dos direitos humanos.
Facto curioso é a reacção de Luís Amado. Vem dizer que entre um e outro disse frontalmente que preferia contar com a presença de Brown. Também me parece evidente.
Por outro lado, diz que a diplomacia portuguesa está a fazer esforços para que a questão seja ultrapassada, sendo referido pelos jornais que Portugal está a tentar convencer dirigentes africanos amigos de Mugabe a dissuadi-lo de vir.
Se isto for verdade, pergunta-se porque razão se chegou a este ponto. Isto é, se Portugal preferia ver G. Brown na cimeira e não morre de amores por Mugabe, porque deixou que as coisas chegassem a este ponto? Desleixo ou erro da nossa diplomacia?