18.5.07

Por Lisboa

Por aqui - por Lisboa - se vê o absoluto deserto que são os partidos políticos actualmente. O PS teve que ir buscar um ministro, só e mais nada o número dois do Governo, para se candidatar à câmara. Já ganhou e só por uma questão de representação partidária é que os outros partidos concorrem a estas eleições.
O PSD foi buscar um homem honesto e competente, mas que poucas pessoas conhecem, apesar de ter sido ministro da Segurança Social no famoso (e curto) XVI Governo Constitucional. Já perdeu e, com ele, o próprio partido, que aparece assim como o próximo principal derrotado das eleições. É de bradar aos céus a falta de coerência de Marques Mendes: crucificou alguns dos principais rostos locais do partido por serem arguidos em processos-crime, mas convida agora alguém sem que isso importe, tendo por aparente justificação a falta de gravidade das acusações efectuadas contra o Dr. Fernando Negrão. Fica a saber-se que, afinal, não se trata de ser-se ou não arguido. Independentemente disso, o líder fará sobre o caso um juízo de valor que tudo decidirá. Pergunta-se, então: não haveria mais ninguém (para além de Seara...)? O PSD está nas ruas da amargura.
Passemos ao PP. Voltou Portas e com ele os seus amigos. Já cá faltava, portanto, Nobre Guedes. Voltou à liça agora, retirado do baú onde se encontrava desde o caso Portucale. Mais do mesmo, como, de resto, a vinda de Portas fazia antever.
Quanto aos outros partidos/ movimentos, uma amálgama de candidaturas, cada uma com as suas ideias (algumas bizarras, como a de Manuel Monteiro que defende a extinção de todas as empresas municipais...), mas que, por junto, obterão percentagens residuais dos votos.
Em suma, ou muito me engano, ou haverá uma abstenção recorde nas próximas eleições municipais. Isso ou votos de protesto.