2.4.08

Os alunos e os telemóveis e o reconhecimento da autoridade

Muito me espantou a reacção da mãe da aluna que andou a disputar o seu telemóvel com a professora, por ter dito que estava de acordo com a sanção aplicada à filha. Não sei se o fez porque era politicamente correcto ou se por verdadeira convicção, mas em todo o caso ficou bem na fotografia.
A questão, na verdade, prende-se com o reconhecimento por parte desta aluna (e de todos os outros) das figuras que representam a autoridade. Desde logo, os pais. É em casa e não cá fora que os filhos (antes de serem alunos, são filhos...) devem aprender a respeitar a autoridade. As pessoas mais velhas. Os professores. E por aí adiante.
Ao contrário dos "psis" todos que ouvi a falar nestas semanas a propósito do caso da escola Carolina Micaelis, não consigo ter qualquer contemplação para com aqueles alunos, que ali, naquelas circunstâncias, não passaram de uns selvagens a gozarem com quem não conseguiu (provavelmente com uma responsabilidade reduzida) impor-se-lhes como figura de autoridade. Por isso, das muitas imagens que se viram, há uma que ficou registada, que é a do professor americano que, perante o facto de um aluno ter atendido o telemóvel e estar a falar (ainda que em tom de voz baixo e de forma discreta), chega ao pé dele, tira-lhe o telemóvel de repente e o atira para o chão partindo-o em mil bocados.
Bem sei que, pedagogicamente, haverá melhores formas de lidar com a situação, mas esta é a que melhor revela o sentimento de desrespeito em que consiste atender (e usar) um telemóvel numa sala de aula.
Embora o video acabasse ali, nem se viu o aluno piar. É que a autoridade também se impõe.