
O anúncio feito por Luís Filipe Menezes ontem de que ia convocar eleições directas para Maio e de que «não estava na corrida» parece-me um engodo. Primeiro porque, objectivamente, nada de tão grave aconteceu que leve a que LFM tome aquela decisão. Segundo porque ninguém acreditará verdadeiramente que o mesmo, acompanhado daquela tropa política que o rodeia (Ribau, Rui Gomes da Silva e afins), tomaram consciência que desceram fundo de mais, e o PSD com eles, e que por isso devem sair para dar lugar a outros mais capazes. Terceiro porque haverá, inevitavelmente, a esperada "vaga de fundo" (existente ou imaginada) que, ainda que contra a vontade do próprio, poderá levar LFM a reequacionar a sua decisão, mostrando-lhe, qual Grande Líder chinês, o quão importante ele é para o país.
No meio disto tudo, há uma pessoa, e apenas uma, relativamente à qual gostaria de saber o que pensa disto: Santana Lopes. Será que vê aqui uma oportunidade de regressar? Será que isto o incomoda pelo facto de o partido poder escolher um líder que o faça sair do púlpito que actualmente mantém no Parlamento?
Acompanhemos o desenrolar dos acontecimentos, sendo certo que até 24 de Maio muita água correrá por debaixo da ponte laranja.